segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Caderno Pampa :: Edição nº271 :: 08 de setembro de 2012




Que tal novos rumos?
Mude, siga novos rumos, reinvente-se, busque alternativas, renove-se! Saia da acomodação e busque a sua felicidade.
Mudanças, conforme explica Silvia, partem normalmente da necessidade de renovar algo
As mudanças nem sempre são simples ou fáceis, mas sempre resultam em grandes novidades
Um corte de cabelo, alguns quilos a menos, outro trabalho, uma casa nova. As mudanças que a vida pede podem ser grandes ou pequenas, mas o que realmente importa é o bem que elas proporcionam. O Caderno Pampa encara a partir de hoje um novo ciclo. Completamente novo, o Caderno foi todo reelaborado e agora trás várias novidades. Neste clima, a proposta é encarar as mudanças e entender o quanto elas são importantes. A mensagem principal é que mudar é preciso, mesmo que muitos ainda tenham medo de que algo saia do controle. Na vida há momentos em que sentimos que uma situação chegou ao final e quando isso acontece, o mais certo é abrir o coração e a mente e partir em busca da novidade.
A psicóloga Silvia Vargas lembra que normalmente uma mudança surge da necessidade de renovar algo, mas que em alguns casos existe também a insatisfação. De qualquer forma, a mudança inicia sempre de dentro para fora, ou seja, é o interior de cada pessoa que sinaliza que algo precisa ser visto, para que então esta mudança seja exteriorizada e retorne em forma de bem-estar psicológico.


“Mudanças são inerentes do ser humano e da vida. Mantemos hábitos, mas mesmo sem darmos atenção, passamos por mudanças constantes. Algumas que nem mesmo percebemos, como por exemplo, a renovação celular de nossa pele. Outras que acontecem por decisão, por escolha. Estas, em geral, iniciam a partir de algum desconforto, de alguma insatisfação. São a busca por algum resultado, a busca por uma satisfação. Mudamos quando avaliamos que da forma que está ou que estamos vivendo não estamos realizados ou felizes. Mudamos quando encerramos alguma etapa ou quando algo se altera, às vezes até, alheio a nossa vontade”, argumenta Silvia.
E foi este sentimento de busca por renovação que fez com que Clarissa Rosa largasse o escritório que trabalhava para investir em seu próprio negócio.
“Eu sabia que precisava fazer algo por mim, que precisava dar uma nova guinada na minha vida. Ir ao trabalho já estava tornando-se uma tarefa dolorosa e monótona. Além disso, eu sempre quis investir no meu próprio negócio. E quando a oportunidade apareceu, antes de qualquer coisa eu senti um grande medo, mas logo eu percebi que precisava tomar coragem e seguir em frente. Hoje trabalho muito, mas estou feliz”.
Mário Augusto da Rosa Dutra, ou Guto ou, ainda, Obáfemi, que significa aquele que é adorado pelo rei Xangô, também sentiu a necessidade de ganhar novos rumos e não se arrepende das escolhas. Hoje, com 43 anos ele tem muitas histórias para contar. Até 1996 ele exerceu a profissão de Contador, enquanto paralelamente ao trabalho como assessor de gerência em uma empresa de consórcios de Porto Alegre, estudava a arte da capoeira.


“Nesta época, me sentia insatisfeito pessoalmente, já que acreditava que devia colaborar mais para a sociedade. Então, resolvi mudar o foco de minhas energias e passei a me dedicar a educação de crianças em projetos sociais, utilizando a capoeira como ferramenta pedagógica. Para muitos, e até para mim, essa mudança foi considerada uma loucura: sair do mercado formal, estabilizado e glamourizado, para entrar no campo da cultura e educação, num país que não valoriza estas atividades. Está transição foi complicada, mas mesmo assim, acreditei, insisti e persisti, tornando-me hoje um profissional dos mais qualificados e requisitados na área.”
Mas, quem imagina que realizar-se é uma conquista inabalável, engana-se. É preciso sempre buscar novas alternativas assim, como Guto vez em 2005, quando deixou dos projetos sociais em que trabalhava e montousua própria escola de capoeira, focada na educação e cultura em um espaço num bairro nobre da cidade. Mais uma vez, o passo dado foi considerado "loucura", já que as pessoas acreditavam que uma escola de capoeira não iria se manter financeiramente e em poucos meses faliria.
“Novamente acreditei no meu potencial, a escola não só deu certo, como cresceu e novos núcleos foram abertos outras cidades.Há três meses nos mudamos para um local maior e num bairro mais bacana ainda”.
Mas, nem só de mudanças pensadas é feita a vida. Silvia destaca que ao longo da vida, passamos por várias etapas e mesmo quem acredita que não “mudou com o tempo”, está de certa forma equivocado.
“Com certeza nos mantemos iguais na essência, mas quem chegou ao ensino médio, sendo igual ao que era no tempo do ensino fundamental, ou mais ainda, quem não deixou para traz rotinas e formas de ser do período da universidade quando deu início a sua jornada profissional??A vida é assim, é feita de mudanças, eu sou “eu” e sou vários outros “eus” ao longo da vida. E estar disponível às mudanças traz benefícios, é positivo, pois nos leva ao encontro do novo e nos ensina a lidar com afetos como a perda, o apego e a separação”.
E, para quem ainda não se encorajou a ganhar novos rumos, Silvia conta que uma boa avaliação prévia é um bom passo.
“Não existe “receita” para o sucesso. O que funciona é uma boa avaliação prévia, quando a mudança é por opção e muita disposição para buscar o “lado bom” quando somos sujeitos desta mudança”.
Guto destaca também que é fundamental acreditar em sua capacidade própria e nos seus sonhos.
“Creio que a minha capacidade de acreditar nos meus sonhos, aliado a capacidade de planejar, passo a passo, é o que permitem que eu consiga realizar minhas metas.Mas toda mudança acontece a partir de uma saída de zona de conforto, que muitas vezes nos deixam na mesmice. Toda pessoa, pode mudar, fazer algo novo, basta querer, se qualificar e persistir” argumenta.