Em 1992 foi realizada no Rio de Janeiro a II Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – ECO 92, também chamada de Cúpula da Terra, na qual estiveram presentes representantes de 170 países com a finalidade de redefinir os rumos para o desenvolvimento global. Foi considerado o maior e mais representativo evento diplomático do final do século XX e ali um novo conceito foi consolidado: o DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL que está fundamentado no “uso racional dos recursos naturais para que estes possam continuar disponíveis às gerações que ainda virão. É o desenvolvimento que não esgota, mas conserva e realimenta sua fonte de recursos naturais, que não inviabiliza a sociedade, mas promove a repartição justa dos benefícios alcançados, que não é movido apenas por interesses imediatistas, mas sim baseado no planejamento de sua trajetória e que, por estas razões, é capaz de manter-se no espaço e no tempo”.
O documento assinado pelos 170 países participantes foi chamado de Agenda 21, e não se tratava na época de uma proposta acabada, como ainda hoje, 20 anos depois, não está. O nome Agenda foi escolhido em função da sua atribuição – é em uma agenda que registramos os compromissos futuros com relação as nossas atividades e 21 para definir e enfatizar que seriam os compromissos para o próximo (agora atual) século.

Desta forma, viabilizar na prática os conceitos da Agenda 21 implicava em mudança de comportamento no plano pessoal e social, além de transformações no modo de produção e nos hábitos de consumo, o que significava dizer que se tratava de um processo a ser construído a partir da discussão e do comprometimento da sociedade, tendo como foco o conceito de desenvolvimento sustentável. Países com desigualdades, como o nosso, necessitavam da adoção de políticas distributivas e/ou redistributivas e a universalização do atendimento na área social, principalmente na saúde, educação, habitação e seguridade social. Para isso, em fevereiro de 1997 foi criada a Comissão de Politicas de Desenvolvimento Sustentável (CPDS) e a Agenda 21 Nacional com a missão de viabilizar a adaptação para os planos nacionais, estaduais e municipais, a fim de expressar melhor as condições específicas da cada estado e município de nosso país.

Estamos acompanhando em tempo real o que está acontecendo na RIO + 20 onde novamente estão sendo avaliadas, reavaliadas e elaboradas ações que visam dar continuidade ao trabalho iniciado há mais de 20 anos.

Penso que um mundo melhor é possível sim e para isso não precisamos apenas pensar em deixar um mundo melhor para as gerações futuras, mas sermos melhores agora e ensinarmos nossos filhos a fazer o mesmo, exercitar o cuidado e o respeito com tudo e com todos, todos os dias.
Psicóloga Sílvia Vargas
Base do texto extraído de TCC apresentado em 2002