imagem da internet |
Mudança no "hardware" do cérebro só terão benefícios se houver uma mudança no "software", na mente do paciente, algo que não é suprido pelos antidepressivos, só podendo ser alcançado mediante a prática, psicoterapia ou terapias de reabilitação.[Imagem: Neuroscience Center/University of Helsinki]
Informações em:
http://www.helsinki.fi/neurosci/news/antidepressant2.html
http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=antidepressivos-sem-terapia-nao-tem-efeito&id=8605
http://www.helsinki.fi/neurosci/groups/castren.html)
Cérebro e Mente
Os médicos precisam reconsiderar a forma como estão prescrevendo
antidepressivos.
Os estudos mais recentes vêm mostrando que os antidepressivos
restauram a capacidade de determinadas áreas do cérebro a fim de contornar
rotas neurais cujo funcionamento não está normal.
Mas essa mudança no "hardware" do cérebro só trará
benefícios se houver uma mudança no "software" - na mentedo paciente - algo que não é suprido
pelos antidepressivos, só podendo ser alcançado mediante a prática,psicoterapia ou terapias de reabilitação.
O alerta contundente está sendo feito pelo renomado neurocientista
Eero Castrén, da Universidade de Helsinque (Finlândia).
Plasticidade cerebral
Trata-se de uma posição surpreendentemente franca, principalmente
vinda de um neurocientista respeitado mundialmente.
Afinal, milhões de pessoas em todo o mundo tomam antidepressivos
seguindo receitas de seus médicos, e as empresas farmacêuticas têm faturado
bilhões de dólares vendendo essas drogas.
Será então que um sistema tão amplamente aceito poderia estar
totalmente errado?
É exatamente isso que mostram estudos recentes na área.
Pesquisas em modelos animais demonstram que os antidepressivos não
são uma cura por si sós.
Em vez disso, o seu papel é o de restaurar a plasticidade no
cérebro adulto.
Os antidepressivos reabrem uma janela da plasticidade cerebral,
que permite a formação e a adaptação de conexões cerebrais através de atividades
específicas e observações do próprio paciente, de forma semelhante a uma
criança cujo cérebro se desenvolve em resposta a estímulos ambientais.
Reconectando as ligações do cérebro
Quando a plasticidade cerebral é reaberta, problemas causados por
"falsas conexões" no cérebro podem
ser tratadas - por exemplo, fobias, ansiedade, depressão etc.
A equipe do Dr. Castrén mostrou que os antidepressivos sozinhos
não surtem efeitos para esses problemas, enquanto a psicoterapia sozinha obtém
resultados de curta duração. Quando antidepressivos e psicoterapia são
combinados, por outro lado, obtém-se resultados de longa duração.
"Simplesmente tomar antidepressivos não é o bastante. Nós
precisamos também mostrar ao cérebro quais são as conexões desejadas,"
disse o pesquisador.
A necessidade de terapia e tratamento medicamentoso também pode
explicar porque os antidepressivos às vezes não têm efeito. Se o ambiente e a
situação do paciente permanecerem inalterados, a droga não tem capacidade para
induzir mudanças no cérebro, e o paciente não se sente melhor.
O estudo de Castrén chamou a atenção das autoridades de saúde
europeias, que lhe derem um financiamento de €2,5 milhões para detalhar suas
descobertas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário