domingo, 29 de agosto de 2010

O Preconceito e o Tratamento Psicológico

Sílvia: avalia o preconceito contra a ajuda do psicólogo
JORNAL MINUANO – CARDENO DE SAÚDE
por: Maritza Paiva Costa
21/04/2009

Quem assiste frequentemente a novela das oito da rede Globo, Caminho das Índias, já se emocionou com as cenas muito bem interpretadas por Bruno Gagliasso do seu personagem Tarso, jovem que começa a apresentar os primeiros sinais de esquizofrenia. Em certo capítulo, o jovem pede à mãe para ir ao psicólogo e ela diz: “converse comigo meu filho, psicólogo é coisa de louco e você não é louco”. A cena demonstra o preconceito que ainda existe contra o trabalho de ajuda profissional. “Quando temos uma dor de dente ou de cabeça procuramos prontamente um médico. Agora, quando temos um problema emocional, não fazemos isso. A somatização destes sintomas pode ocasionar até mesmo problemas físicos”, explica a psicóloga Sílvia Vargas.

Para ela, o preconceito é muito mais ligado a questão cultural. “Quando temos uma mágoa ou tristeza procuramos outras formas de tratamento, como a Igreja. O papel da fé é muito importante, mas a ajuda profissional também. Assim como outros problemas, o sofrimento emocional também precisa ser tratado”, explica a psicóloga.

Não é incomum, por exemplo, ouvirmos de pessoas muitas vezes esclarecidas que algum problema psicológico não passa de frescura. Se uma mulher apresenta um quadro de depressão pós-parto, sintoma cada vez mais comum, por exemplo, as mulheres mais velhas da família costumam dizer que na sua época não acontecia nada disso e tudo é frescura e não doença. Conforme explica Sílvia, o aparecimento mais comum de problemas psicológicos tem se dado porque o ritmo da vida hoje é muito acelerado, facilitando o aparecimento da ansiedade, por exemplo. “A cobrança hoje é muito maior em todos os sentidos. Vemos pais falando aos seus filhos que recém começaram a vida escolar que eles precisam se formar na faculdade, ser alguém na vida, tudo isso sendo cobrado muito cedo. Isso traz receios e medos. Também vivemos uma falta de discernimento com relação às fases da vida, quando se é criança, adolescente ou adulto”, avalia a profissional.

O primeiro passo do psicólogo é estabelecer uma conversa inicial com a pessoa e a partir daí programar um tratamento, que depende do tipo do problema.

O papel dos pais
Segundo a psicóloga, quando os filhos são crianças ou adolescentes, os pais ainda têm a autonomia de influência da vontade das crianças. “Mas em vez de usar o termo “eu vou te levar a um psicólogo” os pais podem usar “vamos juntos”. A idéia é motivar o filho a ir e se incluir no problema, mostrando que a família é um todo”, orienta Sílvia. Já no caso de filhos adultos, o melhor resultado vem a partir do momento em que a pessoa esteja desejando buscar ajuda. “Se o pai não conseguir motivar o filho, ele mesmo pode conversar com um psicólogo para aprender a lidar melhor com o problema e tentar traçar uma estratégia junto com o profissional”, sugere Sílvia, que é especialista em psicossomática.

Dicas para saber quando é preciso procurar um psicólogo

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Mal estar constante, inclusive físico, sem causa aparente;
Desconforto em um ou todos os setores da vida (trabalho, relacionamento amoroso, família..)
Sensações exacerbadas, como muito medo, muita euforia, tristeza, falta de motivação para as tarefas diárias;
Os problemas psicológicos podem acontecer em qualquer idade, até mesmo nas crianças.


 













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