sexta-feira, 4 de março de 2011

O Triste Caso do Atropelamento dos Ciclistas


Texto publicado no Jornal Folha do Sul/Bagé/RS dia 05/03/2011 - pg 10.
Acredito que não exista quem não tenha acompanhado um pouquinho das notícias do atropelamento dos ciclistas que estão correndo o mundo. E aí nos perguntamos: como é que alguém faz isso? Alguém com curso superior, que trabalha que vive em sociedade. Alguém que podia imaginar e avaliar o risco e as conseqüências do seu ato, o dano e o mal que estaria causando. E mais, com o filho de 15 anos sentadinho ao lado.

Poa 01/03/11 - passeata de protesto
pelo atropelamento de ciclistas na 
semana anterior 
Sinto por todos que foram feridos, por seus amigos e familiares que presenciaram ou que ansiosos esperaram por notícias. Pela nossa imagem, de país sem lei, sem regra, moral ou respeito para o resto do mundo, mas sinto mais por este filho. Pelo que presenciou e pelo que sentiu, pelo que pensou e pelo que está passando. Por tudo que esta vendo, ouvindo e imaginando agora em sua vida, em tempo de convivência com grupos, de retorno a escola.

Penso se este pai, por nenhuma fração de minuto avaliou que significados trariam o seu ato para seu filho? Esqueceu ou nunca pensou que as palavras comovem, mas os exemplos arrastam. Que nossos filhos nos copiam, imitam e reproduzem o que nos vêem fazendo.

Não que este garoto vá sair passando, literalmente como seu pai, por cima dos outros, mas que atribua à mesma importância a vida, ou sentimentos, ou pensamentos alheios. Ou que se decepcione de tal forma, que se sinta acuado por ser questionado, indagado pela curiosidade de amigos e colegas... Ou tantas outras possibilidades.

A imprudência, a falta de respeito e a maldade humana, por mais que eu já tenha vivido segue me impressionando. Creio que na verdade com a idade até mais. Quando se é jovem se pensa menos nas consequências, pelo menos de maneira menos crítica.

Aqui pertinho de nós vimos em cidades grandes como Buenos Aires (4 milhões de habitantes) ou nem tão grande, ou turísticas (Colônia de Sacramento – Uruguai) bicicletas que convivem muito bem com pedestres, carros, motos, transporte coletivo e o que for.

Estacionamento de bicicletas em Amsteram -
próximo a estação de metrô - vista do canal
Em várias cidades já é possível alugar bicicletas, numa forma de uso social e coletivo, além de ecologicamente correto. Em Amsterdam existem estacionamentos de até três andares para bicicletas junto às estações de metrô. Paramos para olhar e fotografar como ponto turístico. Assim como as faixas de pedestres sempre são respeitadas. Uma conscientização que vem crescendo em Porto Alegre, por exemplo, a partir de campanhas de conscientização da população. Espero viver o suficiente para ver estas ações multiplicarem-se pelo mundo e alcançar a cidade onde vivo atualmente. Porque por aqui a bicicleta ainda é bem discriminada e a faixa de pedestre e quase decorativa (mas isto é assunto para outro texto)!!

(que não caia no esquecimnto e nem fique impune)










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